domingo, 24 de fevereiro de 2008

Salvador no New York Times

Esta é em homenagem aos grandes amigos que fizemos nos quase 2 anos que moramos em Salvador, Bahia. É um artigo do Larry Rother (lembram dele, que chamou o Lula de pinguço?) saiu hoje no New York Times e é um primor de clareza e enaltecimento desta grande cidade.

Todo o texto faz referência à obra de Jorge Amado e destaca inúmeros aspectos interessantes de Salvador. É uma ótima leitura!

http://travel.nytimes.com/2008/02/24/travel/24footsteps.html

Abraços!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Sentimentos após 3 meses

Pela segunda vez estarei dando pitaco em nosso blog...rs

Quero falar mas uma vez de sentimentos.

Já se vão 3 meses nessa nova empreitada, e tantas coisas já aconteceram, tantos amigos já fizemos e nada é como estar no Brasil, mesmo com tantos problemas no país, ainda sim, sinto saudades, saudades de quem deixei, saudades do que deixei!!! Muitas vezes me peguei fazendo perguntas. Por que aqui e não lá? O que procuro? O que desejo? O incrível é descobrir que para cada pergunta existe uma resposta, sempre muito clara e concreta aos olhos, dos que estão aqui e dos que pretendem estar um dia!


Trocar o Brasil pelo Canada é algo muito forte, pois mesmo estando aqui, amo meu país, mas não posso negar que esta experiência é maravilhosa!!! Calgary é um lugar lindo, muito bom para se viver, se construir...

Se eu fosse contar cada detalhe vivido aqui desde que chegamos, ninguém mas iria para outro lugar que não fosse Calgary...Quero dizer que meu coração se apaixonou por este lugar, e pelo o que vejo, de meus filhos também, eles tiveram seus corações fisgados por esta cidade. Saibam por que: Um belo dia perguntei para eles: "Vamos voltar para o Brasil?". Resposta: "Volte sozinha".


Agora acho que vocês podem imaginar o porque de tudo isso, mas se quiserem ter certeza leiam os blogs da galera que mora por aqui.

Já tive meus momentos desespero, pois é ruim ter um inglês macarrônico, nas horas que mais se precisa, ao mesmo tempo, é muito legal ver como as pessoas são solícitas não apenas na hora da necessidade, mas em todos os momentos. Meu primeiro desespero foi, "ai meu Deus, meu anticoncepcional está acabando, quem vem do Brasil para trazer para mim?" Enfim, ninguém estava vindo nesta época. Foi então quando decidi ir na clínica indicada por uma amiga que mora em Calgary há muitos anos, afinal tinha que ser lá, pois ainda não temos o tão falado médico de família. Acabei indo, aproveitamos a deixa, pois Renato estava meio adoentado, fomos a família inteira. Chegando lá, ainda esperamos mais de 3 horas para sermos atendidos, sempre com a preocupação da frieza do médico do dia, mas para nossa surpresa, fomos super bem atendidos, acho que o tal médico de família ficará para próxima geração.

Meu segundo desespero foi ontem, precisei ir ao médico, pois a doente da vez era eu...rs, dessa vez esperamos bem menos e logo fui atendida por uma médica bem simpática e risonha, me examinou bastante (acho que estudou no Brasil, pois me apertou igual fazem por lá...). Brincadeira!!! Estou com uma virose, algo de novidade para vocês? Já ouviram isso em algum lugar? Bem, é isso mesmo, virose!!!

Quando estávamos indo para o carro, senti um pouco de calor e acabei não colocando o casaco de frio, quando entramos no carro, nossa! me senti no Brasil, o carro estava quente demais, era o CALOR...pois é, ele está por vir, afinal para terra do gelo, dez graus positivos é calor.

As vezes fico pensando, poxa no Brasil eu podia pegar meu carro é ir ao shopping, podia pegar meu carro é ir a casa de uma amiga. Não poder fazer isso também me dá desespero, pois aqui não posso mais dirigir com minha carteira do Brasil, pois já venceu, então terei que fazer a prova que tanto reprova a galera, e sei que não estou preparada para isso, terei que estudar todo livreto.

Depois que eu conseguir fazer aqui tudo que eu fazia no Brasil, vou me sentir melhor, pois tenho percebido com o passar do tempo que os desesperos vão sumindo a cada momento que acabamos conseguindo fazer algo sozinho. Já faço quase tudo sozinha, consigo comprar, andar pela cidade, me localizo legal, ando de ônibus para onde preciso. O ônibus só é ruim quando eu me atraso ao sair da escola de Inglês, pois os transportes de Calgary são pontuais e tenho que estar de olho nos horários. Um minuto de atraso, significa que ficarei no frio esperando pelo menos de 20 a 30 minutos na parada pelo próximo ônibus e, se estiver frio, tenho que estar preparada e tranquila, caso contrário, mas um desespero.

Ontem não fui a escola de Inglês, pois tinha mais um dia de dispensa médica, então o que fiz, fui com meu maridão resolver algumas coisas e depois voltei para casa, para mais um desespero: arrumar a casa! Nunca senti tanta falta de Tereza (para quem não teve a oportunidade de conhecer, Tereza foi nossa empregada pelo tempo que moramos em Salvador, uma pessoa muito boa, que durante estes anos cuidou muito bem de nós e de nossa casa, uma Baiana "arretada", que cozinhava como ninguém), mas agora o vidão acabou, tenho que arrumar a bagunça de toda a família, tirar os brinquedos no meio da casa, as camas, separar roupas que já haviam sido lavadas. Ufa, é coisa viu galera!!!

Depois fiz algo que gosto muito, entrei no msn para teclar com meus amigos e familiares, um momento de matar um pouco da saudade que sinto. Acho que não sinto mais por que estou sempre falando com meus pais e meus irmãos, fica faltando um que é sempre o mais atarefado, mas mesmo sem estar falando sempre, ele sabe que meu coração é sempre da família.
Tenho estado feliz também, pois vou ganhar mais uma sobrinha, "CLARA", mais uma mocinha que vem para alegrar a família "DAVIM", assim a nossa família cresce e cada fez mais se enche de alegria.

Acreditem, o meu maior desespero acabou: era com relação aos meninos. Tinha medo de como eles reagiriam por estar longe de tudo que estavam acostumados, mas para a nossa grande surpresa, eles estão amando, se adaptaram com muita facilidade, adoram ver coisas diferentes, estão curtindo aprender o Inglês, já brincam falando o pouco que já sabem, e isso para mim é um facilitador, assim posso ficar mais tranquila, deixá-los na escola sem estar me preocupando sobre como eles estão passando o dia e outras preocupações de mãe boba.

Bom, por hoje chega, acho que todos estão cansados de ler tanta besteira, mas podem ter certeza, isso sempre acaba sendo a preocupação de todos.

sábado, 16 de fevereiro de 2008

Remédios

Algumas semanas atrás tivemos que comprar alguns remédios com receita e pudemos vivenciar uma coisa que é diametralmente o oposto entre Brasil e Canadá.

Creio que aqui existam muito mais remédios que não precisam de prescrição médica no Brasil.
A maioria dos remédios para alergia, xarope para tosse, analgésicos, estômago etc. não precisam de receita. Mas, se precisa de prescrição, não tem jeitinho: tem que ir no médico e o médico tem que achar que o remédio é realmente necessário.

A maioria das farmácias ficam em supermercados (todos têm farmácia) ou são grandes lojas (London Drugs, Chopers Drug Mart etc.). Há a seção de remédios de prateleira e o guichê dos remédios sob prescricão. Só trabalham farmacêuticos neste setor. São pessoas que entendem as aplicações, interações, dosagem e efeitos dos remédios.

Eu estava com uma tosse danada e precisei de um xarope mais forte e de antibióticos. Mildred precisou do anticoncepcional (a médica deu uma receita para 10 meses).

Cheguei na farmácia, entreguei as receitas e a farmacêutica disse que precisaria de uns 15 minutos para preparar. Não entendi a dificuldade, mas esperei. Depois dos 15 minutos, fui buscar os remédios. Para minha surpresa, para cada remédio foi entregue somente a quantidade prescrita pelo médico. O anticoncepcional veio na emalagem original, mas o antibiótico veio somente as 20 cápsulas e o xarope, somente 200ml (20ml por dia, 10 dias, conforme a prescrição). Cada um numa embalagem com o nome do paciente e do médico, além de uma bula personalizada de 3 páginas cada... As receitas ficam retidas, inclusive a do anticoncepcional (nos próximos meses, é só chegar lá que estará tudo registrado no sistema).

Os preços também são bem diferentes do Brasil. O anticonconcepcional Yasmin é bem mais barato, já o antibiótico é caríssimo!!! O Alberta Health Care não cobre medicamentos, mas há diversos planos de medicina complementar que dão reembolso integral de todo e qualquer remédio sob prescrição.

Enquanto no Brasil se discute e se tenta implantar o sistema de venda fracionada, aqui a venda é obrigatoriamente fracionada.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Lavador de para-brisa

Esta aconteceu hoje e não poderia passar sem registro imediato.

Eu me aproximava de um cruzamento movimentado no centro de Calgary hoje pela manhã quando vi um sujeito do lado de fora do seu carro, limpando o para-brisa (natural, temperatura +1, neve derretendo, a maior lama, tudo sujo...). Quando cheguei mais perto, vi que havia um motorista dentro do carro.

Mais perto ainda, percebi o inacreditável: tratava-se de um mendigo lavando o para-brisa dos carros para levantar um trocado!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Onde é que estamos morando mesmo???

Detalhe 1: o motorista NÃO deu trocado nenhum, conforme pedem insistentemente as autoridades locais.

Detalhe 2: há 300 mendigos em Calgary, todos homens, todos cadastrados pela prefeitura, todos com amplo acesso aos abrigos, programas de ressocialização, ajuda financeira, alimentícia etc. Mas continuam na rua, mesmo quando os termômetros batem no -30C...

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Calgary Tower

No dia 12/01 fomos passear no centro com Larissa, Marcelo e os gêmeos Beatriz e Lucas.

Começamos pelo Olympic Plaza, a praça mais importante de Calgary, construída na época da olimpíadas de inverno de 88 (este evento foi um marco na história da cidade). Durante o inverno, o centro da praça se transforma num rinque de patinação público freqüentado por muita gente.

Esticamos o passeio pelo Stephen Avenue Mall, que é um trecho de 4 quadras da 8a Avenida. Como era domingo, as lojas estavam fechadas.

O dia estava muito bonito, temperatura agradável e decidimos conhecer a Calgary Tower, o principal marco da cidade. Construída em 1968, a torre tem 190 metros de altura, um restaurante giratório e um terraço panorâmico com um trecho de piso em vidro.

Do terraço de observação dá para ver quase toda a cidade e as montanhas rochosas, que cortam o Canadá a oeste de Calgary (forma a divisa entre as províncias de Alberta e British Columbia). Foi um grande passeio e o dia não poderia estar mais claro, para uma ótima observação da paisagem.

Uma das coisas que mais me chamaram atenção foram os guindastes de obra. Só na área do centro, contei 16 guindastes, ou seja, 16 obras de grande porte em execução simultânea. Um claro sinal da força econômica da cidade, que está em franco crescimento. Alberta é o motor do Canadá.

Selecionamos algumas fotos abaixo, mas tem mais no nosso álbum da web.

Desenho esquemático da Torre de Calgary

A Torre de Calgary vista do Olympic Plaza

Mildred e o rinque de patinação do Olympic Plaza

Este é o Stephen Avenue Mall, uma alameda de lojas no Centro de Calgary

A turma do passeio no Stephen Avenue Mall

A turma toda deitada sobre o piso de vidro da Torre de Calgary

Este é o centro de Calgary, a cidade que mais cresce no Canadá
A torre vista de baixo

Gabi e Lucas apreciando a vista


Nós lá em cima


Vista do sudoeste de Calgary, com as Montanhas Rochosas ao fundo