terça-feira, 29 de abril de 2008

Lost property

Sexta-feira eu (Renato) esqueci minha pasta no ônibus, indo para o trabalho. Entre outras coisas, estavam meus óculos, um talão de cheques com 50 folhas e o rascunho do diacho da declaração de imposto de renda do Canadá (ai que saudade da Receita Federal...).

Por alguma razão, nem liguei para o banco para sustar os cheques. Só liguei para o telefone da central de achados e perdidos do Calgary Transit e deixei uma mensagem informando meu nome, a descrição da pasta, a data, a hora e o número da linha do ônubus.

Alguém se habilita a adivinhar o que aconteceu depois disso?

Atualização:

Conforme previsto, na segunda recebi uma ligação do Calgary Transit informando que a pasta estava disponível no escritório central. Não só devolveram a pasta como não mexeram em nada!

A moral é a seguinte: o Canadá é um país altamente previsível. Pesquisem bastante e vão encontrar aqui exatamente o que imaginam!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Ó eu aqui de novo!

Agora vim falar de coisas boas, não eu...rs, sobre o que está acontecendo comigo neste momento importante de minha vida.

Dia 10 de maio algo de maravilhoso acontecerá em minha vida. Ainda muitos ficarão na curiosidade, mas acreditem: é algo muito bom e que se der certo mudará muita coisa em minha vida de calgaryana. Estou numa caminhada difícil, porém bastante proveitosa e feliz. Cada dia tem sido um dia especial, com acontecimentos especiais, com pessoas especiais de forma especial, pois cada dia, um aprendizado novo...enfim.

Durante estes nove anos de casada (pelo amor de Deus, segredo nosso hein...rs), eu fiz muitas coisas boas, que me fizeram crescer como pessoa e como profissional. Mas muitas vezes tive que fazer escolhas para poder estar sempre junta de quem sempre amei e admirei com todas as minhas forças. Descobri que aquele que cresce com você, torce por você, cuida, ama, sofre, se alegra, merece que haja desistências para procurar sonhos em comum e foi essa minha escolha. Deixar muitas coisas que acreditei para trás e muitas outras que deram certo em minha vida, para correr...para sonhar...para viver.

Hoje estamos aqui, mais uma vez, sonhando, vivendo, correndo atrás de tudo aquilo que acreditamos e mais uma vez, Deus tem nos dado o que ele mesmo acha que merecemos. Isso faz de nós pessoas melhores a cada dia. Vivemos para aprender, pois a vida tem muito o que ensinar!!!

As vezes fico pensando: porque perdemos tempo escrevendo em um blog? Apenas para as pessoas lerem? Seria por vontade de compartilhar sonhos, desejos, vontades, alegrias, tristezas, angústias, com pessoas que derrepente com tudo isso podem se preparar para o melhor? Não sei!!! A única coisa que sei e que eu estou com vonatde de compartilhar minhas alegrias, pois já compartilhei angústias, agora vem a parte boa...rs.

Quando sai do Brasil, ficava pensativa, me perguntando o que faria num país totalmente diferente do meu, com regras que não estava acostumada e com pessoas tão possivelmente frias. Tentava a cada minuto descobrir o que achei de tão interessante num país como o Canadá a ponto de largar uma vida inteira e recomeçar do zero. Isso mesmo, recomeçar, pois uma pessoa como eu não está começando e sim recomeçando. Com dois filhos pequenos e dez malas, assim tudo recomeçou... Agora, depois de alguns meses, tudo começou a entrar nos eixos: nosso cantinho, nossas coisinhas, nossos filhos aprendendo um novo idioma, a segurança e tudo que pedimos a Deus durante o ano que passamos no processo. Uma luta que está valendo a pena, uma luta que nos trás grandes chances de vencer!

Sei que na minha caminhada tem um destino e uma direção,
Por isso devo medir meus passos,
prestar atenção no que faço
e no que fazem os que por mim também passam
ou pelos quais passo eu...
Que eu não me iluda com o ânimo e o vigor dos primeiros trechos,
porque chegará o dia em que os pés não terão tanta força
e se ferirão no caminho e se cansarão mais cedo...
Todavia, quando o cansaço houver, que eu não me desespere
e acredite que ainda terei forças para continuar,
principalmente quando houver quem me auxilie...
É oportuno que, em meus sorrisos, eu me lembre de que existem os que choram,
que, assim, meu riso não ofenda a mágoa dos que sofrem:
por outro lado, quando chegar a minha vez de chorar,
que eu não me deixe dominar pela desesperança,
mas que eu entenda o sentido do sofrimento,
que me nivela, que me iguala, que torna todos os homens iguais...
Quando eu tiver tudo, farnel e coragem, água no cantil, e ânimo no coração,
bota nos pés e chapéu na cabeça,
e, assim, não temer o vento e o frio, a chuva e o tempo.
Que eu não me considere melhor do que aqueles que ficarão atrás,
porque pode vir o dia em que nada terei mais para minha jornada
e aqueles que ultrapassei na caminhada,
me alcançarão e também poderão fazer como eu fiz
e nada de fato fazer por mim, que ficarei no caminho sem concluí-lo...
Quando o dia brilhar, que eu tenha vontade de ver a noite
em que a caminhada será mais fácil e mais amena;
quando for noite, porém e a escuridão tornar mais difícil a chegada,
que eu saiba esperar o dia como aurora, o calor como bênção...
Que eu perceba que a caminhada sozinha pode ser mais rápida,
mas muito mais vazia...
Quando eu tiver sede, que encontre a fonte no caminho,
quando eu me perder, que ache a indicação, a seta, a direção...
Que eu não siga os que desviam,
mas que ninguém se desvie seguindo os meus passos...
Que a pressa em chegar não me afaste da alegria de ver as flores simples
que estão a beira da estrada,
que eu não perturbe a caminhada de ninguém,
que eu entenda que seguir faz bem,
mas que, às vezes, é preciso ter-se a bravura de voltar atrás
e recomeçar e tomar outra direção...
Que eu não caminhe sem rumo,
que eu não me perca nas encruzilhadas,
mas que eu não tema os que assaltam-me,
os que embutam, mas que eu vá onde devo ir e,
se eu cair no meio do caminho,
que fique a lembrança de minha queda para impedir que outros caiam no mesmo abismo...
Que eu chegue, sim, mas, ainda mais importante,
que eu faça chegar quem me perguntar,
quem me pedir conselho, e, acima de tudo, me seguir, confiando em mim!

Aguardem notícias do dia 10 de Maio de 2008!!! Torçam por mim!

Mecânico

Outro dia comecei a ouvir um barulho estranho vindo da região do motor da van e fiquei intrigado. Depois de alguns dias, liguei para o mecânico que nos vendeu (ele mora a 140km daqui, não deu pra levar lá...) e ele deu algumas dicas. Além de uma pancada quando acelerava, tinha um reco-reco quando engatava a ré. Desconfiei da transmissão automática e ele pediu para eu ver o nível do óleo e se havia algum vazamento.

O nível estava bom, mas, quando olhei por baixo, matei a xarada: um dos montantes do motor estava quebrado. Justamente o da frente, que impede o motor de girar no próprio eixo. Daí a pancada: quando acelerava, o V6zão girava e batia no montante...

Liguei para 3 auto-peças e ouvi a mesma coisa: só encontraria a peça na concecionária e gastaria mais de 200 pratas para arrumar... Como não estava muito disposto a gastar esta grana e sou mesmo curioso, parti para o plano B. Fui bater lá na Pick Your Part, um sucatão lá no SE, catei a peça e eu mesmo troquei!

Funciona assim: a gente paga $1.00 para entrar, leva as próprias ferramentas e recebe um mapinha do lugar. No final, paga pelo que conseguir levar. Esqueça qualquer imagem que você possa ter de um desmanche no Brasil. É um pátio gigante e super-organizado. Os carros são divididos por tipo. Lá na área de vans e SUV, andei pelos corredores como se estivesse num supermercado e logo encontrei uma van do mesmo modelo da nossa. Em 20 minutos já estava no caixa para pagar $6.70 pela peça. Some aí mais $12.00 de ferramentas que eu tive que comprar (soquetes, pois os meus eram pequenos) e o custo final foi de menos de $20.00. Vou ter que voltar lá para ver se arrumo uns acessórios para incrementar a van!!!

De volta em casa, a parte mais divertida: trocar a peça com o kit de ferramentas mais vagabundo da paróquia... Soquetes made in China, o macaco do carro, um martelo, um alicate e só. Primeiro, tirei a peça quebrada (fácil). Na primeira tentativa de instalar a nova peça, sem sucesso... Os parafusos não casaram e só consegui colocar 3 dos 5. Pelo menos o motor já estava preso de novo e pudemos sair para almoçar aqui pertinho (havíamos marcado com o Márcio e a Andresa e perdi a noção do tempo... chegamos super atrasados...).

Na segunda tentativa, mudei a estratégia e tive que desfazer o que já parecia pronto. Desta vez deu certo, consegui colocar todos os parafusos e a van voltou a rodar redondo de novo!

Hoje me sujei todo de novo para trocar o óleo. Diferente do Brasil, a mão de obra é mais cara que o óleo... Comprei o óleo no Wal-Mart ($13.00 uma garrafa de 5L, Castrol) e o filtro na Canadian Tire ($6.00). Resultado: $19.00 contra $45.00 se eu tivesse levado o carro lá pra eles fazerem. Pra completar, vou levar o óleo velho pra Canadian que eles reciclam.

Além de levar a gente de um lugar para outro e ser muito versátil na hora de carregar coisas, a van ainda é boa para me fazer relembrar os velhos tempos e me divertir um pouco me sujando de graxa!!! Com quase 200.000km, acho que ainda vou me divertir bastante! Por via das dúvidas, contratei um serviço de reboque junto com o seguro, para qualquer eventualidade...

Deu bronca no carango, é só ligar pro quebra-galho!!!

terça-feira, 15 de abril de 2008

Voltei!!!

Mas uma vez sinto a necessidade de voltar ao blog. Quero deixar registrado algo que me abalou. Na sexta-feira retrasada meu gatinho Lucas chegou em casa muito triste e me perguntando se ele seria "preso" se me contasse algo. Estranhei e perguntei o por que daquilo, e ele logo começou a chorar e dizer que queria voltar para o Brasil. Fiquei muito apreensiva e sem entender o que se passava na cabecinha dele, quando comecei a conversar e tentar entender o que se passava.

Lucas é uma criança muito esperta e querida por todos, já está falando Inglês com tão pouco tempo, isso me alegra muito e fico babando quando vejo meus filhotes falando, acho lindo... Mas conversando com ele e tentando acalmá-lo, ele começou a me contar o que tanto o deixava angustiado. Ele falou que não tinha coragem de contar para o pai, pois uma pessoa do day care havia dito que se ele contasse ele seria preso pela polícia! Nesse momento, muitas coisas se passaram em minha cabeça...enfim, ele resolveu contar, mesmo estando com muito medo.

Quando o tempo está bom, as crianças do day care vão ao play ground se divertir um pouco. Ele foi brincar com um carrinho que gosta muito, mas um coleguinha foi mais rápido para provocar e eles discutiram. A tal pessoa que cuidava das crianças viu aquilo e no lugar de pedir para ele ir brincar com outra coisa, ou em outro lugar, não: pegou meu filho pelo braço e apertou tanto que deixou as marcas das unhas. Não satisfeita, colocou-o sentado de castigo e ele, como qualquer criança, ficou chorando. A "pessoa" disse para ele chorar longe del e, como ele não e disse que me contaria, ela pegou o celular e ameaçou ligar para a polícia, para prendê-lo!!! Em todo momento ela ficou o assustando, dizendo que seu celular só fazia ligações para a polícia. Preciso comentar algo?

Enquanto me contava, Lucas chorava muito e dizia que não gostava mais do Canadá, pois aqui só tinha gente safada e má! No Brasil, ninguém nunca havia feito mal a ele. Me senti tão culpada que acabei chorando com ele, pois havia saído do Brasil por tantos motivos e nunca imaginaria que meu filhos um dia passassem por isso. Me senti totalmente responsável por tudo o que aconteceu com ele. Por mais que tentasse explicar, não consegui fazer com que ele entendesse que aquilo foi um caso isolado e que não ficaria impune.

Na segunda-feira, fomos ao day care e contamos o que aconteceu para a diretora. Lucas acabou aparecendo lá e ela perguntou para ele sobre o acontecido. Como eu havia dito que não tivesse medo, Lucas confirmou todo o acontecimento e tentou descrever a pessoa, que pôde ser identificada. Informamos à diretora que, caso ela não tomasse as providências que gostaríamos, iríamos dar queixa na polícia, pois aqui é muito sério este tido de acontecimento.

Ela optou por apenas conversar com a funcionária, que jurou não ter feito nada daquilo... Perdemos a confiança e estamos procurando outra opção para deixar os meninos. Ainda bem que temos uma amiga que trabalha neste day care (na sala de Gabi) e Lucas ainda confia nas instrutoras de sua antiga sala, onde ele tem ficado nos últimos dias.


Este relato é para mostrar que nem tudo é perfeito, e que tudo na vida pode acontecer, seja com os meus, ou com os seus!!! Cuidado ao escolher onde deixar seus filhos!!!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Vídeos institucionais sobre Calgary

Hoje recebi um e-mail com links para dois vídeos institucionais muito interessantes sobre Calgary. Divulgados pelo Calgary Economic Development (CED), uma agência de fomento ao desenvolvimento da cidade, os vídeos são muito bem produzidos e são uma ótima fonte para quem quer conhecer melhor a cidade.

(Se funcionar como o previsto, ao clicar nos links será aberto o Media Player e os vídeos começarão automaticamente).

Vídeo 1: Calgary - The Heart of The New West (http://www.calgaryeconomicdevelopment.com/assetGalleryFiles/video/4216875189052275.mpg)

Vídeo 2: Calgary Works (http://www.calgaryeconomicdevelopment.com/assetGalleryFiles/video/9340524460109653.wmv)